quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O tempo não pára ...



IGUAIS (OU COM THAIS)

Cada vez que me desfaço,
Ali, de mim, deixo um pedaço.
Pedaço que sorri, que só ri.
Que só, ri.
E que junto, ri ainda mais.
Ah... noites sem iguais !
Noites frias, bocas quentes.
Atos insolentes, imprudentes,
Constantes, pueris, aviltados.
Mais que tudo, inocentes.
Alguma vez brotou o pranto.
Mas tudo passa quando,
Deitado a teu lado,
Percebo o quanto está errado
Não buscar sermos felizes.
Aprendizes que éramos
Chegamos à maestria,
E deixamos perder-se a magia
Sinto saudades da amizade...
Das quentes noites,
Em que sentíamos frio.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

E decepções ...

EX POETA


Desisti de ser poeta
Escrever e não ser lido
Sobre um amor sem meta,
Acabou sendo esquecido

Agora só escrevo história
Tipo essa, tipo conto
Estou em busca de glória
Aumento sempre um ponto

Essa mudança repentina
Hoje, leva-me ao divã
Nunca mais amor, menina
Nem sequer um bon vivant

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Música

O OUTRO

Eu não sou eu nem sou o outro

Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro

Adriana Calcanhoto

(Baseada na obra de Mário de Sá Carneiro)  

Como tudo começou ...

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
      Fernando Pessoa

Amores, paixões, outras encarnações e Cia.



Aqui tem tudo que aspiro
Que respiro, que me traz vida
Ou que me dá guarida
Para aguentar a lida,
A leitura, a batalha dura, 
A poesia pura. Que é a vida.
Um viver intenso,
Um novo começo
De uma longa história,
Que não mais se escreve.
Que se expõe. Imponente.
Importante.

Amor demais,
Paixão atroz,
Outras vidas mais.

Thiago Zefiro